Faculdade de Direito

Quer saber como é cursar uma Faculdade de Direito? Descubra neste artigo como é cada semestre para quem é formado em TI e ingressou no curso de Direito.

Faculdade de Direito

 

Faculdade de Direito como segunda graduação

Este é mais um daqueles posts em que gostamos de lembrar ao leitor: a Universidade da Tecnologia (UTec) usa um método tecnológico de transmissão de conhecimentos para diferentes áreas, não só as de Tecnologia da Informação (TI). Assim, quando a área é TI, tecnologia é o meio e o fim. Quando não é, ela continua sendo o meio, mas não mais o fim. Acreditamos que a melhor forma de reforçar esse conceito de metodologia é trazendo conhecimentos de outros cursos para a UTec. Vamos então para mais um artigo de outra área do saber, no qual explicarei como é, a partir da perspectiva de quem já tem uma formação na área de exatas, cursar  uma Faculdade de Direito.

Mas como assim, sou formado em Ciência da Computação e falarei aqui de Direito? É que acabei de entrar na faculdade de Direito para fazer minha segunda graduação. A primeira foi em 2000, na UEM, curso de Ciência de Computação. Depois, fiz meu mestrado na UNICAMP, área de Computação Gráfica. Ou seja, só cursos de exatas, com pouca ou nenhuma intersecção com cursos da área de humanas. Acredito que isso me fará ver os conhecimentos de Direito de outra forma, sob um viés mais matemático, em busca de regras e relações lógicas, mesmo sendo ele um curso da área de humanas. Essa nova graduação trará ideias para softwares na área de Direito. Será útil também para aprender as novas regulações para a área de TI por conta da expansão das redes sociais.

Mas por que Direito?

Por vários motivos. O primeiro deles foi consequência da decisão estratégica de investir na área de concursos públicos. Conhecimentos de Direito são exigidos mesmo para cargos exclusivos de quem é formado na área de TI. Para Perito Criminal Federal, um dos cargos de maior vencimento da carreira policial pública, são cobradas noções de Direito Administrativo e de Direito Constitucional.

Contudo, a verdade é que a expressão “noções” representa os conhecimentos de 1 ou 2 anos da graduação em Direito. Logo, a qualificação dos alunos para concursos desse porte exige muito mais do que a superficialidade que o termo “noções” pode sugerir. Não teria sentido, portanto, prepararmos as pessoas em TI, deixá-las aptas a obter a pontuação pretendida, e deixar uma vulnerabilidade em Direito ou deixar que elas estudem Direito por conta própria. Para suprir essa lacuna, queremos, daqui alguns anos, oferecer o pacote completo, mas para isso sinto que alguém da equipe tem que entender melhor como funciona essa formação e puxei para mim esse papel.

O segundo motivo, ainda em concursos públicos, é que, a grosso modo, um profissional formado em TI tem, atualmente, umas 30 opções de concursos públicos com vencimentos acima de 20 mil. Quem é formado em Direito tem mais de 300 opções. Sim, bem desproporcional, mas a verdade é que só de uns anos para cá que as vagas exclusivas para TI começaram a entrar nos principais concursos do País.

Outros Motivos

Terceiro motivo é a ajuda e o incentivo de familiares que trabalham ou já trabalharam em carreiras públicas na área jurídica.

Quarto e último, mas não menos importante, é a sensação de aprender mais como tudo funciona na vida real. A cada novo conhecimento adquirido no Direito, o entendimento de uma notícia, fato ou informação passa a ser diferente. Você ganha noções sobre certas situações e conhece melhor seus direitos e obrigações. A faculdade de Direito é, de certa forma, uma faculdade da vida.

Qual faculdade de Direito fazer?

Obviamente, depende de algumas decisões que precisam ser tomadas.

A primeira delas é que escolhi fazer um curso presencial, como foi minha primeira graduação. Além dos conhecimentos que busco em Direito, acho importante comparar uma graduação quase 20 anos depois no mesmo modo de ensino.

A segunda é que eu moro em São Paulo capital e, devido ao meu ritmo de trabalho, a logística para fazer um curso presencial pesa bastante. Não posso simplesmente me afastar do trabalho para fazer a graduação, tenho que fazer os dois e não é difícil perder horas no trânsito de São Paulo. Assim, o tempo de ir e voltar da faculdade pesa bastante.

A partir disso, procurei quais eram minhas melhores opções. Inicialmente, considerei três rankings de avaliações que deixarei abaixo na seção referências. Após a leitura, me interessei pela FMU, Mackenzie e São Judas. Obviamente me interessei pelas públicas também que possuem excelentes avaliações, mas nessas o ingresso é mais difícil e teria que estudar novamente para o vestibular, o que não tem muita sinergia com o atual conteúdo dos cursos oferecidos pela UTec.

Com essas três universidades privadas em mente, peguei a grade curricular de cada uma para conversar com familiares e amigos. Escolhi a São Judas. Agora, além do contraste de 20 anos, tenho também o de uma instituição pública vs privada.

Grade do Primeiro Semestre

Um dos motivos de escolher a São Judas foi sua grade. Os professores destacaram bastante isso durante a primeira semana, que nossa turma já pegou uma grade inovadora em relação a outras instituições de ensino que possuem grades mais tradicionais do curso de Direito.

Nas grades tradicionais, praticamente todas as disciplinas fundamentais são dadas nos dois primeiros anos, o que fez os alunos criarem o conceito de que os dois primeiros anos são “mais chatos” ou “menos interessantes”. Ora, isso aconteceu também na minha graduação. O primeiro ano de Ciência da Computação era forrado de disciplinas de matemática, física e lógica, mas de programação mesmo, tinha só uma. Com o avanço dos anos, isso mudava, ou seja, no último ano eram só disciplinas específicas e nada de disciplinas fundamentais ou de base.

Um dos efeitos da inovação foi identificado pelos professores da São Judas que dão aulas em outras faculdades. Eles contam que foi uma grande sacada para a adesão ao curso, distribuir as disciplinas do eixo fundamental ao longo de todo curso. No primeiro semestre, tenho 2 disciplinas contidas no chamado eixo fundamental:

  • Ciência Política
  • LAI (Laboratório de Aprendizagem Integrado)

E mais 4 disciplinas chamadas de dogmáticas, que estão diretamente relacionadas com a área jurídica:

E agora?

Vai ter mais? É seguro aprender direito por aqui?

Sim, a ideia é atualizar o blog com resumos dos conhecimentos que aprenderei. Mas, atenção! O resumo de parte deste artigo é: sou formado em Ciência da Computação e estudante de Direito. Assim, não sou professor de Direito, mas escreverei artigos da área com o objetivo de estudar, resumir, aprender mais e, claro, transmitir conhecimentos aos leitores. Por isso, estou aberto a qualquer tipo de crítica, correção ou comentários quem ajudem a melhorar os conhecimentos transmitidos. Podem mandar direto para meu e-mail leandro@mentalguild.com.br ou escrever nos comentários do artigo. Sempre que possível, para efeitos de controle de qualidade, também submeto meus artigos para profissionais da área para que façam uma análise mais criteriosa.

Referências

  • OAB entrega a 142 faculdades selo de qualidade em ensino de direito. Disponível em: <aqui>. Acesso em: 03 mar. 2019.
  • IGC MEC. Disponível em: <http://inep.gov.br/indice-geral-de-cursos-igc->. Acesso em: 03 mar. 2019.
  • RUF – Ranking Universitário Folha 2018. Disponível em: <aqui>. Acesso em: 03 de mar. 2019.
Sobre o Autor

Leandro Pinho Monteiro

Leandro Pinho é engenheiro de computação, graduado em Ciência da Computação na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e mestre em Engenharia da Computação na Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) da UNICAMP, ambas formações com foco em Computação Gráfica. Possui experiência no desenvolvimento de sistemas interativos 3D para pontos de venda, marketing e eventos. Atualmente trabalha como consultor de tecnologia e é o responsável pela coordenação dos cursos oferecidos na Universidade da Tecnologia.