Por que Faltam Programadores 3D
No último post sobre mercado, compartilhei minha constatação de que faltam profissionais para trabalhar com programação 3D e sobram equipamentos que aceitam este tipo de desenvolvimento. Neste post falarei sobre os motivos que enxergo como causadores desta falta.
O primeiro está relacionado com a formação de um programador 3D. Quando você se forma em um curso de graduação da área de TI (como Ciência ou Engenharia da Computação, Informática, Processamento de dados e outros), você não sai preparado para trabalhar com as tecnologias mais inovadoras ou mesmo conhecendo os equipamentos mais modernos de cada área do mercado de TI. Você pode ter tido uma ou outra disciplina que ajude a entender como trabalhar com Realidade Virtual, Realidade Aumentada e Holografia, ou pode ter aprendido metodologia e base para aprender a mexer, mas sair apto a desenvolver para estas tecnologias é algo raro, a não ser que se faça um trabalho de graduação específico em uma destas áreas.
Em consequência de termos pouca gente capacitada, o volume de demanda cai também, pois quem se interessa em usar, criar, empreender e comprar um projeto assim, vai atrás e descobre que é algo escasso, caro e demorado, acaba se desinteressando e prefere esperar a tecnologia ficar mais acessível e barata. Só quem tem mais planejamento a longo prazo ou, em alguns casos, urgência, consegue criar demandas destas áreas que são atendidas por um mercado pequeno.
O principal mercado que compra isso não é o de TI, como TI comprando RV de uma empresa especializada para treinamentos corporativos. É o mercado de eventos e marketing querendo inovar com o cliente em feiras e ativações. Querendo experimentar a interação da marca com o cliente através de experiências únicas, pois para a maioria das pessoas andar de montanha russa com óculos de realidade virtual ainda é uma novidade e que pode ser um link entre cliente e marca. Com o principal mercado comprador sendo marketing, os prazos de produção tendem a ser insanos e indecentes (30 a 60 dias), obrigando qualquer programador a rasgar boa parte do que aprendeu (para arquitetar e planejar o desenvolvimento do software respeitando todas suas etapas) e sair executando muito código em pouco tempo e sem muito planejamento. Ou seja, além de não temos muitos profissionais nessas áreas, as condições de trabalho em geral são piores do que a de trabalhos menos complexos dentro do mundo de desenvolvimento, porém mais corretos do ponto de vista de prazo e planejamento, agravando a situação.
Pense que você é um(a) programador(a) 3D. Ganhando a mesma coisa, você preferiria trabalhar desenvolvendo um game 3D, em um projeto de longo prazo, como 1 a 3 anos, ou em um projeto de realidade virtual por 2 a 6 meses? A maioria opta pelo caminho mais estável e pelo mercado muito mais consolidado que é o de Games, embora trabalhar com a programação de games pode ser tanto ou mais complexo do que programar sistemas de RA e RV.
E daí, de um lado, temos demandas, ideias e um mercado ansioso para concretizar projetos destas áreas, do outro, poucos profissionais capacitados. Como se muda este quadro? Simples, se qualificam novos profissionais, afinal, como falei no último post, as empresas que já criaram hardware destas áreas não vão parar de criar novas e melhores versões. E para isso criam-se cursos técnicos específicos e objetivos para transformar um programador tradicional em um programador 3D. Uso a palavra tradicional para falar de trabalhos relacionados ao desenvolvimento web, mobile, banco de dados, software de formulários baseado a eventos (como cliques em botões), no sentido de serem áreas com maior aparição no mercado quando comparadas ao desenvolvimento 3D. Depois dos cursos técnicos, surgirão especializações e cursos superiores nestas áreas.
Com mais mão de obra especializada, as demandas adormecidas voltarão naturalmente e começaremos a ver mais projetos de RA, RV e Holografia no nosso dia a dia, inclusive os de longo prazo, além de games.
Como educador e coordenador dos cursos de TI da Mental Guild, já fiz um anúncio no Google em 2016 em que eu queria anunciar a inovação nos cursos como “aulas com holografia, realidade aumentada e realidade virtual” e simplesmente não tinha nenhum benchmark mundial com isso. Ninguém ainda usa este tipo de tecnologia para dar aulas, para ensinar algum conhecimento, sendo mais uma área a ser explorada, agora imaginem estas áreas aplicadas a medicina, ao treinamento corporativo, desde linhas de produção até reuniões com tele presença, as engenharias, ao turismo, e várias outras além das três atuais que são as mais usadas: entretenimento, eventos e games.
E você, também aposta na evolução destas áreas nos próximos anos?
Quer conhecer, aprender ou até trabalhar com estas áreas?
Se sim, saiba que montamos quatro cursos sequenciais que preparam uma pessoa para todos estes objetivos, são eles: