Feiras online vieram para ficar

Em tempos de distanciamento social, eventos presenciais como feiras, congressos e exposições acabaram. Sem previsão de retorno a normalidade, ou mesmo sem certeza de que tudo voltará ao conhecido normal, o setor de eventos está atrás de soluções online. Nesse vácuo, as plataformas ou aplicativos de feiras online que simulam a experiência de um visitante em um evento têm crescido bastante nos últimos meses.

imagem de uma feira online

A recepção de uma feira online

Feiras online vs pandemia

Acredito que as feiras online vieram para ficar, mesmo após a pandemia estar controlada. Para entender essa afirmação, peço que raciocinem comigo.

Inicialmente, muitas empresas optaram por cancelar ou adiar seus eventos acreditando que a pandemia do Covid-19 passaria em poucos meses, no entanto, com o crescimento dos números, uma nova realidade surgiu: ou todos os eventos seriam cancelados continuamente por tempo indeterminado ou as empresas passariam a procurar e experimentar soluções alternativas.

A partir do momento que plataformas investiram e ofereceram soluções com feiras online para empresas e visitantes, um novo mercado formou-se. Um mercado que não possui os mesmos limites e despesas operacionais que um evento presencial. É possível notar essa diferença em muitos aspectos. Por exemplo, o estande virtual não precisa mais ser fisicamente executável (como era em um projeto de estande real), dando muita liberdade aos designers 2D e 3D. Não existe mais estacionamento, o credenciamento é rápido e você pode ir direto ao estande que mais lhe interessa.

Falaremos dessas e de outras características neste post, mas o fato é que, com o possível retorno de eventos presenciais, os novos eventos poderão agora ser objeto de opção entre o formato online ou presencial, pois as vantagens, os costumes e os investimentos em eventos online permanecerão.

Feira convencional

Uma feira presencial segue um formato bem conhecido e, embora possua vantagens, também possui desvantagens.

Primeiro você estaciona o carro, caso tenha ido de carro. Normalmente as pessoas preferem ir de outra forma de transporte, pois os estacionamentos são extremamente caros.

Em seguida, você vai para o credenciamento. Dependendo do evento e do horário, uma fila lhe aguardará.

Após o credenciamento você pode entrar pelo evento e visitar os estandes. Caso a feira esteja cheia, a sensação será similar ou pior que a de um shopping lotado.

Image da feira Comic Con 2016 lotada

Feira Comic Con 2016 lotada

 

Nos estandes observam-se os produtos ou serviços expostos e trocam-se informações e contatos com as pessoas que representam as respectivas marcas.

Em alguns feiras, como a CES (Consumer Eletronic Show), maior feira de tecnologia para o consumidor, que ocorre todo começo de ano em Las Vegas, a missão de visitar todos os estandes é praticamente impossível, pois o número de expositores é tão grande que não há tempo hábil mesmo tendo quatro dias de feira.

Em resumo, as marcas, com seus estandes em feiras, levam para casa uma lista de contatos de visitantes que passaram por lá com os interesses e possíveis negociações.

Os visitantes levam a experiência, o conhecimento do que viram e eventualmente os contatos e pré-negócios.

Somente em algumas feiras os visitantes e empresas vendem de fato produtos.

Por tudo isso, fazer uma feira convencional dar certo não é um trabalho simples, pois envolve muito planejamento, logística, negociação, divulgação e comparecimento de visitantes, e isso sem a garantia de mais vendas para cada empresa que atuou como expositor.

Algumas feiras já vinham mal mesmo antes da pandemia

Interessante notar que algumas feiras grandes, como o Salão do Automóvel, antes mesmo da pandemia, já estava em situação delicada. Muitas marcas, como a GM, não veem mais motivos para continuar participando da feira.

Os expositores, em geral, não podem vender seus produtos no evento e, assim, a feira presencial serve apenas como divulgação e marketing para as marcas.

Talvez seja por isso que a Apple dificilmente participa de uma feira de tecnologia. Talvez eles considerem que a participação não dá retorno financeiro.

Feiras online

Como desenvolvedor de software tenho recebido muitas consultas sobre criar uma plataforma para feiras e eventos ou até para atender e personalizar um sistema para um evento específico.

Quem já experimentou a experiência de uma feira online, tem gostado.

Primeiro, pensando no visitante, porque a visitação é prática e flexível. Pode ser feita usando um celular, tablet, computador, notebook ou até um óculos de Realidade Virtual.

Segundo, ainda na perspectiva do visitante, porque ele pode, se assim quiser, filtrar os estandes pelo seu foco de interesse e necessidade e ir direto ao ponto. Por exemplo, estou em uma feira de tecnologia, mas só quero ver os estandes com produtos relacionados aos games.

Do lado da empresa, existe um grande potencial de aumento escalável. Imagine uma feira com muitos visitantes como a Comic Con, que recebe o máximo de visitantes possíveis para o espaço físico feito. Na versão online, o número máximo de visitantes dependerá do servidor da plataforma.

A empresa também deixa de gastar dinheiro com projetos, construção, montagem e desmontagem de estandes, que em geral, para estandes construídos sob medida, custa caro e só serve para um evento.

Próximos posts do tema

Gostou dessas informações? Se gostou, continue acompanhando nosso blog. Na semana que vem falaremos sobre quais são as principais plataformas de eventos online existentes atualmente.

Quer desenvolver uma plataforma de feira online? Comece por este post e aguarde: até o final deste mês postaremos também um tutorial!

Sobre o Autor

Leandro Pinho Monteiro

Leandro Pinho é engenheiro de computação, graduado em Ciência da Computação na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e mestre em Engenharia da Computação na Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) da UNICAMP, ambas formações com foco em Computação Gráfica. Possui experiência no desenvolvimento de sistemas interativos 3D para pontos de venda, marketing e eventos. Atualmente trabalha como consultor de tecnologia e é o responsável pela coordenação dos cursos oferecidos na Universidade da Tecnologia.