Plataformas de eventos online

No post anterior, falamos sobre os motivos pelos quais as feiras online vieram para ficar. Neste, falaremos quais são as principais plataformas de eventos online existentes atualmente.

Plataformas de eventos online

Menu de um app de eventos online

 

Evento digitalizado vs Evento digital

Antes de começarmos é interessante diferenciar dois conceitos que podem ser usados ao criar um evento online .

Evento digitalizado é o resultado do processo de transformar um evento presencial em um online.

Dado o contexto de pandemia, a ideia é ótima, mas requer bom senso e visão de negócios, pois não faz sentido transformar exatamente tudo em online. A parte maçante de eventos, como estacionamento, filas, aglomerações em praça de alimentação, banheiros e outras situações, não precisam ser digitalizadas também.

Contudo, algumas plataformas de eventos online oferecem uma experiência similar a de um game com visão em primeira pessoa (como Battlefield, Counter Strike e outros similares), em que o visitante navega de forma tridimensional pelo espaço, como se estivesse andando nos corredores entre os estandes.

Será que o usuário realmente quer isso? Afinal, o que cada público procura em um evento presencial? Esta resposta exige pesquisa e reflexão, porém a pergunta adequada é:  o que um visitante espera de um evento online?

A resposta muitas vezes cai no conceito do evento digital.

Trata-se de um evento já pensando para nascer de forma digital, sem as amarras em simular ao máximo a experiência real dentro da virtual. A navegação pode ser proposta com maior liberdade criativa, gerando uma experiência mais atrativa. O cenário não precisa existir realmente (por exemplo, ExpoMarte), os estandes não precisam ser construídos de fato e a navegação pelo evento pode ser sobrevoando os estandes.

 

Feiras online com conceitos diferentes

Exemplo de evento digital simples

Vamos avançar para uma breve reflexão sobre os motivos pelos quais uma pessoa visita uma feira.

Cada evento, normalmente, tem um assunto geral. Agronegócios ou tecnologia são bons exemplos de assuntos de feira.

Pessoas interessam-se (ou possuem necessidade de se informarem) em alguns assuntos, mas eles são mais específicos, como um segmento. Por exemplo, pense no segmento de fertilizantes dentro de agronegócios ou o de games dentro de tecnologia.

A partir desse interesse, uma pessoa visita um evento para ver os estandes que possuem produtos ou serviços relacionados ao que procura, buscando informações com as pessoas que representam suas respectivas marcas.

Assim, em uma análise mais direta, os visitantes procuram informações e contatos que possam provê-las.

É exatamente isso que encontramos na Feira do Largo de Curitiba, uma feira online simples que funciona praticamente como um site informativo.

Ela possui uma vitrine com os expositores e um campo para o visitante filtrar os resultados. Ao clicar em um item da vitrine vamos para uma página interna, na qual cada expositor anuncia um texto descritivo de seus produtos junto com seus contatos.

É a experiência de um evento resumida e simplificada, porém funciona e é bastante prática.

Imagem da feira do largo de Curitiba

 

Plataforma de eventos online 3DVista

Contudo, uma feira online que parece um site informativo pode ser simples demais do ponto de vista de experiência do vistante.

O diferencial fica no fato da feira compilar informações de vários sites (dos expositores) em um só local, permitindo aos usuários que conheçam novos expositores, mas mesmo assim, faltam elementos para tornar a visita mais interativa e divertida.

Por isso, agora vamos para algo mais sofisticado, em que o usuário, além de obter as informações que deseja dos estandes, poderá também navegar pelo evento.

Na linha de evento digital, a navegação não ocorre como em uma feira presencial. O visitante pode andar pela feira, mas não de forma livre. Existem pontos de navegação, chamados de bullets, que fazem surgir as informações na tela ou geram a movimentação da câmera virtual (ponto de visão) para outro local do espaço virtual.

Uma plataforma de eventos online que faz isso é a 3D Vista. Nela, desde a página inicial do site, é possível mudar o ângulo de visão clicando sobre a tela e arrastando ela. Na seção “Samples”, existem vários projetos feitos pela empresa que estão disponíveis para experimentação.

O resultado é uma experiência similar ao Google Street View, porém aplicada para eventos, de forma a agregar a navegação pelo espaço virtual, além das informações e contatos.

Visitação 360 graus

 

 

 

Plataforma de eventos online VFairs

Como um exemplo de evento digitalizado, temos a plataforma de eventos online VFairs. Ela gera uma experiência completa de um evento para o visitante, permitindo a navegação em espaços comuns da feira, a livre movimentação pelos espaços com avatares 3D animados andando ao seu lado, conversas com atendentes virtuais e ainda outros recursos para trocar informações e contatos.

Plataforma de eventos online VFair

Dentre todas as plataformas de eventos online, esta é, sem dúvida, a mais completa. Porém, ela requer um alto investimento da marca que o organiza e dos expositores, ao passo que geram uma experiência mais complexa para o visitante, apesar de imersiva e completa.

Imaginem aquelas pessoas que já possuem dificuldade com a tecnologia tentando acessar uma live rolando em uma plenária digital. Não digo pessoas leigas, mas pessoas que realmente são renomadas no que fazem, que até usam tecnologia, mas não estão acostumadas com experiências digitais assim. Por exemplo, o Dr. Fulano esteve logado no evento online, porém não achou a plenária virtual onde deveria assistir a palestra. Isso é menos raro do que parece.

 

plataforma VFair

 

Outras plataformas online de eventos

  1. Portal Sygenta (plataforma que fica entre os extremos dos conceitos de evento digital e evento digitalizado)
  2. Online Experiences (evento digital, porém com a interface visual tematizada com eventos)
  3. Easy Virtual Fair (evento digitalizado)
  4. World Virtual Fair (evento digital)
  5. HexaFair (evento digitalizado)
  6. Meetyoo (conceito intermediário também, entre os extremos)

 

Próximos posts sobre o assunto

No próximo post, vamos focar nas diferenças de navegação entre as plataformas citadas. O que efetivamente significa andar livremente em 3D, a diferença para a navegação 360 graus e como as informações integram-se com a movimentação do visitante no espaço virtual.

 

Sobre o Autor

Leandro Pinho Monteiro

Leandro Pinho é engenheiro de computação, graduado em Ciência da Computação na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e mestre em Engenharia da Computação na Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) da UNICAMP, ambas formações com foco em Computação Gráfica. Possui experiência no desenvolvimento de sistemas interativos 3D para pontos de venda, marketing e eventos. Atualmente trabalha como consultor de tecnologia e é o responsável pela coordenação dos cursos oferecidos na Universidade da Tecnologia.