Requisito fundamental para cursos online

Recentemente consolidamos os retornos de alunos e de interessados nos nossos cursos online. Um requisito fundamental se destacou perante aos demais. Sabe qual é? Contarei daqui a pouco, mas aí vai uma dica com uma imagem do filme Inception (A Origem, 2010 – excelente filme).

requisito fundamental

 

Antes, para explicá-lo, fechamos os números gerais com os seguintes indicadores:

  1. total de alunos que ingressam em cada curso (gratuitos e pagos)
  2. total de alunos que finalizam cada curso (gratuitos e pagos)
  3. total de avaliações que recebemos vinculado ao momento do curso (a porcentagem atual quando feita a avaliação, tanto para cursos gratuitos como pagos)
  4. total de dúvidas formuladas por alunos

Com isso, farei um resumo e análise dos principais pontos. No fim, explicarei qual é o requisito fundamental que estou fazendo suspense baseado nessa análise.

Sobre os retornos dos alunos

Dos alunos, nós procurávamos, principalmente, por retornos técnicos. Dificuldades em pontos do curso, temas em que a didática pode ser melhorada e outros itens relacionados à transmissão e absorção de conhecimentos. Dos interessados, o objetivo era saber o que faltava para se inscreverem em algum curso e em qual deles.

Um primeiro item levantado foi o excesso de teoria dos cursos. Os alunos até gostam de entender como funciona, saber que a coordenada X é alterada durante o movimento de um personagem, mas eventualmente não enxergam problemas em só replicar os códigos do projeto e pular esta parte teórica. Programação se aprende com teoria e prática. É preciso equilíbrio e aí acontece esse choque entre imediatismo e excesso de prática, contra teoria, conceitos e fundamentos. Nossa missão, portanto, é deixar a teoria mais light, mais lúdica, mas sem perder sua essência que precisa ser compreendida.

O segundo item é a alta carga horária. Penso que, quanto mais carga horária um curso tiver, mais completo ele será, desde que cada hora do curso se justifique. Uma das grandes vantagens de um curso online é seu alto poder de escala. Um curso pode servir para 1 ou 1 milhão de pessoas, por exemplo. O aluno, na maioria dos casos, pode assistir ao curso, à aula, quando e onde quiser usando a internet. Um certificado com uma grade mais completa e mais carga horária terá maior prestígio do que um curso rápido de poucas horas. Mas, em geral, os alunos na faixa dos 18-25 anos não estão pensando assim.

Por fim, vale comentar, além de ter boa didática, uma grade completa e um instrutor experiente, as pessoas também esperam um professor cativante. Que lhes motive continuamente e tudo de um jeito divertido.

Sobre os retornos dos interessados

O retorno dos interessados nos mostraram alguns motivos que nos impedem, hoje, de atingir mais pessoas. Como cada aluno procura um curso por um motivo diferente, é difícil conciliar todos os interesses pontuais. No entanto, foi possível agrupar alguns em comum.

Dinheiro: o indicador número 1 para os alunos. Quanto o curso vale e como obterei dinheiro após finalizá-lo. Os alunos adoram os cursos avançados, de Realidade Aumentada, Virtual e Holografia, mas recuam por não conseguir visualizar como eles eles ganharão dinheiro com isso. Em um mundo ideal nós conseguiríamos uma parceria com uma empresa como Catho, ou ApInfo, de forma que nossos alunos já saíssem em condições diferenciadas aos demais perante as oportunidades de emprego. Na prática, não temos como garantir isso. Contudo, podemos sempre destacar quando um aluno nosso consegue êxito em suas metas usando os conhecimentos adquiridos.

Nível avançado: neste post aqui eu falei sobre a quantidade de público alvo de um curso online. Quanto mais específico o tema, menos público se tem, mais difícil é de conseguir alunos. Alta tecnologia impressiona, mas não vende muito para público final. Baixa tecnologia vende. Faça uma pesquisa, procure por quantos cursos de desenvolvimento web estão disponíveis na internet em comparação a cursos de Realidade Aumentada. A diferença é brutal. A primeira área de desenvolvimento na casa de quase 1.000 cursos, a outra nem com 20. A realidade é essa e por isso é tão difícil termos escolas especializadas só em inovação. Nossos cursos são avançados, mas falta aluno capacitado. É preciso, primeiro, aprender os fundamentos.

Sobre os números

No momento existem duas conclusões assustadoras sobre os itens numéricos que listei acima.

O número 1 (total de alunos que ingressaram os cursos) é alto pelo poder da internet, mas poderia ser bem maior. Especialmente para os cursos gratuitos que basta ter interesse e tempo.

O número 2 é baixo. Em casos como Udemy, em que o aluno compra mais por causa do valor do que do conteúdo, esse número é aproximadamente 10%. Ou seja, se temos 1.500 alunos no Udemy, por volta de 150 finalizaram os cursos. Triste, mas é a realidade. A pessoa compra porque está barato, porque vai fazer depois, e nunca faz. Se fosse o caso do curso desmotivar a pessoa, nós teríamos uma chuva de reembolsos, que está longe de ser o caso. Sem contar que também poderíamos melhorar o curso deixando-o cada vez mais instigante, mas muitas vezes nem feedback temos. E aí vamos para o terceiro número.

O número de avaliações é, em geral, menor que 10% também. Menor que esse número, só o de dúvidas, que consegue ser menor que o de avaliações. Agora, pensem se tem lógica: a cada 100 alunos, 10 deixam avaliação e 7 deixam dúvidas. Entendo que, um comportamento mais natural para estudantes querendo aprender, seria levantar várias dúvidas. A cada 100 alunos, dado que um aluno pode deixar várias, poderíamos ter pelo menos 50 dúvidas. No mundo atual, de ranqueamentos sem fim, estrelas do Google, do Uber, do Udemy, virou mais importante avaliar, ser crítico, do que aprender. Esse comportamento é algo recorrente no mundo online.

Requisito fundamental

Assim, chegamos no nosso requisito fundamental quando o assunto é cursos online.

É o interesse. Já viu o filme Inception (A Origem, 2010)? Pois é, não temos como fazer aquilo para seu subconsciente se interessar em aprender o que ensinamos, mas temos como aumentar o número de propósitos que você terá ao fazer nossos cursos.

Antes de anunciar a novidade, quero que você entenda como tudo aconteceu. Nos últimos 3 meses, tive contato com um universo em que este requisito fundamental, o interesse, reina absoluto. Alunos estudando todos os dias por horas, assistindo as lives dos professores, fazendo e tirando dúvidas, interagindo! Foi dessa observação que comecei a entender melhor o problema. Explico sobre essa experiência aqui.

Se o problema então é interesse, representado pela falta de vontade em concretizar o aprendizado e conquistar algo com ele, mudaremos os cursos para você tê-lo de sobra!

Quais mudanças?

Confira aqui.

Sobre o Autor

Leandro Pinho Monteiro

Leandro Pinho é engenheiro de computação, graduado em Ciência da Computação na Universidade Estadual de Maringá (UEM) e mestre em Engenharia da Computação na Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação (FEEC) da UNICAMP, ambas formações com foco em Computação Gráfica. Possui experiência no desenvolvimento de sistemas interativos 3D para pontos de venda, marketing e eventos. Atualmente trabalha como consultor de tecnologia e é o responsável pela coordenação dos cursos oferecidos na Universidade da Tecnologia.